sexta-feira, janeiro 26, 2007

Luiza de vento e verdade




És toda bela — em inteira longitude.
Os bracinhos finos
estreitas estradas de carinho
coloridas com som de flauta doce
de córrego lento.
O pescocinho altivo
com cheiro de flor silvestre
que ninguém jamais plantara
por ser natural,
lá estava.

Um desenho alto e cândido
do cume, os fios escorrem uma queda
de liquidez luminosa e aérea.
Duas leitosas luzes erguem-se
e culminam em pétalas de doce rosáceo.
Do teu centro de mistério e sedução
estende-se um glorioso campo de alvo ventre
uma topografia incompreensível e inconstante
me perde — eu, ser contemplativo
Neste vale bravado, contudo intocado.

Toco, entre gargalhadas, ares e sonhos
você estremece e contigo tombo

A pálida tez, de branco amoroso
sinuosa, deságua e arrebata meus sonhos,
altera meu curso
Fascina-me em cada linha,
gesto e ponto.
Tua boca firme escorre
ali me encontro, nada entendo — venero
minha mente desanda
enquanto teu sorriso alvorece meu dia
destrói as nuvens cinzas da rotina.
apesar de nascer de contidos lábios de fresca argila
chegam com cheiro de puro desconcerto
arrepia-me e preenche-me de ansiosa alegria.

Tuas pernas caem como duas chuvas de vento
Batem no chão e levanta
nascem como o ipê dourado estampado
em límpido oceano de céu azul.
Casam-te à terra como num romance apaixonado.

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