sexta-feira, janeiro 26, 2007

Abster de mim

Hoje sei, mas não quero saber
Sem pensar, entregar.
Sua boca, um instante!
Por toda minha vida, queria,
fosse esse todos os instantes!
Teus lábios me consomem e eu viro beijo
só beijo

Num instante,
em teus braços
nó bendito indecifrável!
Nem tu nem eu, somos além —

Tirara de mim tudo que sei
tudo que tenho
Diante de meu acanhado pedido
tu me combina ao teu peito
eu te combino aos meus olhos
me amarro a tua língua
então não somos mais pronomes, nomes
dançamos de forma incoerente
no céu brilhante de nossas bocas.

Vem meu furacão espontâneo
rasga minha carne,
no meu centro, quero teu aconchego
quero teu olho.

Ah — um instante —
que sejam todos eles!

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