terça-feira, dezembro 16, 2008

Retrato de Bruno Castro

Retrato do meu amigo Bruno, entre-chopes. O sujeito mais engraçado que eu conheço.

Saravá!

terça-feira, dezembro 09, 2008

Chamado marinho

Navego num mar de alva pele
onde as ondas rebentam ocultas.
Qual será teu segredo, meu oceano amarelo?

Entrega teu vento, inteira!
Os lábios, deixe-os serem somente boca;
a matéria da paixão é vermelha e os queima:
seu caldo escorre fervente,
seu cheiro apalpa as narinas com descontrole,
seu toque é ingênuo e arde.

Sem temer a dor,
minha marcada pele compreende:
ser vulnerável é ser humano e estar vivo.
Não ama aquele que não fere.
Tampouco quem nunca foi ferido.

Por tua adaga não nutro medo.
Erga-a alto, portanto.
Pois poupar é trair —

Vem,
sai do azul, e me tira também;
colore tudo vermelho,
meu oceano branco!

amarelo, azul e vermelho






quinta-feira, dezembro 04, 2008

retrato do Gui


Esse é um retrato do Gui, grande amigo, autor do blog "Canto do meio", feito no meu caderno.

E a linha se solta.....

quarta-feira, dezembro 03, 2008

personalidade fragmentada



Acabo de perceber, com certa intensidade, que todos os desenhos que publiquei aqui até agora são diferentes entre si. Não tem nada a ver um com o outro. O que isso deve dizer da minha pessoa? É sério, quero resposta, não é uma indagação ao ar!

Aprendi recentemente que persona, a palavra grega que dá origem à personalidade, significa máscara. Perguntei pro meu amigo o que tem atrás da nossa máscara.

de bicicleta, uma reflexão sobre a morte

Certa vez estava descendo por uma rua de bicicleta, muito rápido, ouvindo Radiohead a máximo volume, extasiado. Estava feliz, adrenalina no sangue, dia bonito, enfim, contagiado de boas sensações. Pela rua também passavam muitos carros à alta velocidade e num determinado momento tive uma visão de um carro batendo no guidão da bicicleta e me vi voando em direção à morte. Vi minha cabeça se abrir no meio-fio e me terminar assim.

Continuei correndo, sem me abalar com a visão e cheguei bem em casa. Mas esse dia me marcou muito. Apesar de nada ter acontecido, algum mecanismo desencadeou-se em meio à alegria que sentia e de algum modo me colocou perante a possibilidade seca da minha própria morte. Sem aviso, a alegria poderia em um instante se transformar num profundo medo e depois viria o silêncio. Nada épico nem mitológico, só seco, aleatório. Curioso que só me preenchi com mais vontade de pedalar e seguir em frente. Eu não poderia ter ou merecer nenhum aviso prévio do que poderia vir um segundo adiante. Acho que poderia ter parado, mas não tive medo, logo segui. Qualquer coisa como "aproveitar enquanto estamos aqui". Se pudesse, aumentaria o volume da música, mas já estava no máximo.

Claro que isso é uma baboseira sem valor algum, porque é óbvio que eu não sei nada sobre morte. Nunca tive uma experiência de chegar perto de morrer.

Logo após tive a idéia de fazer uma história em quadrinhos sobre um ciclista que morre num acidente, mas nunca cheguei a produzi-la. O máximo que fiz com essa idéia foi escrever isso aqui. Bem, creio que já é um começo.

terça-feira, dezembro 02, 2008

Inaugura meu dia

Tua figura matinal aspira bons sonhos.
Teu cabelo em caos:
uma mansa e selvagem moldura
em teu rosto rígido e angelical.
Teus olhinhos recém-renascidos
brilham inocentes como a aurora,
a manhã que só é amor e mais nada.
Teus gestos atrasam-se sem compromisso
pois ao dia nada deve, e nada tem a tomar;
está ali, apenas; assim de sonho.
Um sonho, lindo, por sinal,
essa tua figura matinal!