quinta-feira, novembro 23, 2006

Uma profunda tristeza

Uma profunda tristeza
num buraco, com fundura dura
maior que meu braço, ora —
maior que meu esquálido corpo
a tristeza, como solo fértil de meu espírito
dando os nutrientes, me fazendo vivo.

Esse sou eu, hoje que sinto
ontem não senti, no entanto.
hoje assim, será um eu
definitivo?
meu núcleo vivo, áspero e ríspido
gera meu amor, triste e lindo
sem juízo, dum lado proutro
não me viro —
no meio, porém, não me sinto —
Tendo prum lado. O outro,
admiro.

Você é perfeita porque é

Engraçado, que não te lembro pelo teu nome.
Que nome! Nem mal me entenda — épico, ainda que só nome
Tua boca, um carinho sincero
desliza, some

A memória, sem palavras, incerta
ainda precisa, pois desejo
apego
Ardente, te evoco!
Como o desconhecido, me vens
ainda que com teus familiares bracinhos,
me surpreendo como num novo começo
sem nome, só mistério.

eu, redenção

Os olhos do meio —
como se existisse além do tempo —
te vejo e conheço, renego
esse mundo de pares.
a ti, não se aplicam as dualidades
Não tens nome
A mim, é experiência, de sentir
vivo, viva! Meu limiar é tua bela face que ilumina
Isso é tudo, me apetece — somente tu
não tem nome

És o que és, isso é tudo.
Te mergulhei, todo
Me cativou, toda
Sem uma vírgula.

aprender, desaprender — queria estar

Desde aqueles dias

remotos tempos de ingenuidade

extrema; desbravador universal

colhendo insetos,

plantando fantasias despretensiosas.

As mãos — olhos, que olhos!

Pernas, turbinas cósmicas

a mente, que sequer estava lá.

expande-se. Mais que uma estrela,

mesmo que em pequenina cabeça.



um cristal brilhante poderoso, fino

diminuto, frágil

suscetível...



Dançando no vale infinito

a voz, o grito!:

zumbi, olha o zumbi

volta zumbi

nada tens a fazer por ai.



Como a sequoia gigante, fulminada,

à terra regresso

minha mente, agora existe e

se resguarda.

Da novidade à proibição

o abraço afetuoso da proteção

contra a própria vida.



Pai, que fizestes contigo!

Tentaste fazer comigo

agora,

tenho dois trabalhos.