A saudade inspira
meu reino de galhos secos,
folhas mortas e cascas de inseto.
memórias desidratadas da vida de outrora
traços que desvanecem e
esquecem-se no tempo.
A terra é árida, o ar imóvel
sufoca de calor e paralisia
os sonhos são desejos frustrados
incapazes de levantar e criar vida.
As montanhas não se prestam a subir
Do alto o horizonte enche o futuro de desesperança
a mirar o deserto desolado de lugar-nenhum.
Contudo, certa vez, do alto do monte
(essa atitude de sofrimento auto-imposto:
prostar-se diante desse horizonte cinza, sabendo a dor que suscita)
pensei ter visto uma nova origem para a vida.
Assustado, fugi em desponderada corrida.
Na planície, abraço a ausência.
A saudade são belas penas que desprendem-se,
flutuam no ar e caem no chão,
largadas por abrupta ave que migra em errônea estação.
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