Daqueles espelhos sem margem
Facetam a vergonha e me escondo de mim.
Não aprendo, sou burro e teimoso!
Tu dizes-me em teus olhos—ouço em teus beijos
Singela certeza de duração—nossos gostosos movimentos apaixonados
Queres-me, sou eu!
Não evito— Antes era ele, esse ele
que me persegue ou o persigo,
me flagelo em vão perigo
meu ciúme dá-me abrigo.
Precária moradia, de alicerce pantanoso,
de vigas tortas e madeira podre.
Como fede!
Não procuro nem menciono.
(mentira)
Calado, engulo seco;
escondido, o alimento
Vício de doente.
Sou irracional, burro e teimoso,
minha árvore de fruto e desgosto.
Ruborizo em cinza controle
fria moderação; não honestidade.
Sou levado, em forçada cessão
a calar-me bem como uma bonita montanha
dessas que desenha a torto o horizonte—
testemunha tudo, guarda quieta,
as gotas que caem e não escorrem por fora
limpam sua alma, e chora incessantemente.
Ai, silêncio choroso!
Gritaria:
—Não podes mais, minha doce proibida!
Meu coração, no entanto, proclama-te livre
Estás aqui porque queres.
Permanecerás bem como tal.
Como uma poça suja na calçada, contudo,
que forma-se depois de tão indesejada tempestade,
gostaria que evaporasse e sumisse,
drenado por um ralo de fenda obscura
de destino desconhecível.